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12 Setembro 2009
Beneficiar através da regulação tarifária os vectores energéticos menos poluentes e, pelo contrário, penalizar os vectores que mais oneram as emissões de CO2.
Um exemplo: o sistema electroprodutor português não permite (ainda, e por algumas dezenas de anos) uma electricidade ‘limpa’, e é muito pouco eficiente. Assim a electricidade chega a casa dos consumidores com enormes perdas e grandes emissões de CO2 (cerca de 0,5 kg/kWh). O seu uso para fins de calor (aquecimento de águas
continuar a ler a propostaBeneficiar através da regulação tarifária os vectores energéticos menos poluentes e, pelo contrário, penalizar os vectores que mais oneram as emissões de CO2.
Um exemplo: o sistema electroprodutor português não permite (ainda, e por algumas dezenas de anos) uma electricidade ‘limpa’, e é muito pouco eficiente. Assim a electricidade chega a casa dos consumidores com enormes perdas e grandes emissões de CO2 (cerca de 0,5 kg/kWh). O seu uso para fins de calor (aquecimento de águas sanitárias por ‘cilindro’ ou mesmo para preparação de refeições) emite o dobro do CO2 que a utilização para o mesmo fim feita com gás natural). É um contra-senso, portanto, a electricidade poder ser mais barata (no horário nocturno é mais de metade do preço do gás natural) e ser mais poluidora.
Poderíamos então tentar refinar um pouco os números que avancei. O site da APREN apresenta um share de renováveis de 29% no consumo de electricidade português para o ano de 2008, mas claro, este valor é muito sensível à hidraulicidade de cada ano. Há também uma forte fatia do bolo que vem das importações espanholas, eventualmente com fortes participações do nuclear.
As centrais de ciclo combinado são, de facto, mais eficientes, mas ainda com resultados pouco expressivos no rendimento global do SEP face às centrais térmicas tradicionais.
Quando falava em regulação, sei que ela já existe de facto, através da ERSE como referiu. No entanto, a ERSE regula o mercado consumidor, por assim dizer, não deixando os preços subirem com consequências para as famílias - resultando num défice tarifário de, creio, 2 mil milhões de euros, suportados pelo Governo (!). A minha ideia é que a regulação se passe a fazer também pautada por critérios de sustentabilidade (CO2 emitido).
A rotulação da energia nas facturas enviadas aos consumidores é já um bom passo na consciêncialização, mas falta algo mais...
Usando o caso típico de aquecimento de água sanitária (que representa qualquer coisa como 25% das necessidades das casas portuguesas), e comparando o 'cilindro' eléctrico típico (assumindo rendimento de 100%) com uma caldeira a gás natural (assumindo rendimento de 80%).
Para aquecer um volume de 100 litros são necessários 5.23 kWh de energia
O cilindro, como tem rendimento de 100%, só usa esses 5.23 kWh, e emite 2.46 kg de CO2
A caldeira a GN, como tem rendimento mais baixo usa mais energia para o mesmo fim, 6.54 kWh, mas emite apenas 1.31 kg de CO2, ou seja, apenas 53% do emitido pelo cilindro. Então, deveria ser fomentado o uso de gás natural para aquele fim (e, claro está, solar térmico, mas esse, sendo descentralizado, não é regulado).
São estes casos que me levam a pedir uma melhor ponderação dos critérios regulação...